quarta-feira, 24 de junho de 2009

Closed

Muralhas....
Constroem-se com muito esforço pela primeira vez para um dia caírem por terra com uma facilidade quase assustadora....
Mas é impressionante como cada vez se torna mais fácil reerguê-las.
Será que também começa a ser mais difícil derrubá-las?!

Amigo

"Mal nos conhecemos
Inaugurámos a palavra «amigo».

«Amigo» é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!

«Amigo» (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
«Amigo» é o contrário de inimigo!

«Amigo» é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado,
É a verdade partilhada, praticada.

«Amigo» é a solidão derrotada!

«Amigo» é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
«Amigo» vai ser, é já uma grande festa!"

Alexandre O'Neill, in 'No Reino da Dinamarca'

Este é o meu presente para ti, a nossa amizade, ainda tão novinha mas já tão madura!

Parabéns!
Usando as tuas palavras: Tem um dia Feliz!!

terça-feira, 14 de abril de 2009

Distância

És, já eras, a minha companhia de todos os dias, uma presença constante na minha vida.

À distância de um click habituei-me a procurar-te
Procuro-te quando estou triste e quero desabafar,
Procuro-te quando tenho um problema que preciso resolver,
Procuro-te quando estou feliz e quero simplesmente partilhar,
Procuro-te quando o dia está demasiado vazio e preciso que o preenchas...

Meses em que te procurei e em que me satisfazia com o nosso encontro virtual, meses que antecederam o dia em que te provei...

E agora?!

Como posso satisfazer-me se não te ouço,
Como posso satisfazer-me se não te vejo,
Como posso satisfazer-me se não te toco,
Como contentar-me se não te sinto?

Quero provar-te de novo....

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Lost

Sinto-me perdida.
Perdida nos meus pensamentos.
Perdida nos meus sentimentos.
Perdida na vida.

Perdida nos meus pensamentos.
Abstraída de tudo e de todos a avaliar possibilidades, a pensar no que fiz, no que não fiz, no que podia ter feito, no que devia fazer...

Perdida nos meus sentimentos.
Não me sinto triste, mas também não estou bem.
À procura do que sinto. O quê, ou quem, me faz vibrar, ansiar pela proximidade, estremecer com o contacto, palpitar por um simples beijo...?

Perdida na vida.
Labirinto de escolhas. Não se avança simplesmente em frente, tomam-se opções, escolhem-se diferentes direcções, na espectativa de chegar ao destino idealizado.

Hoje estou perdida....

Ajudas a encontrar-me?

segunda-feira, 9 de março de 2009

That´s the best excuse of all to do anything without any kind of responsability: "Carpe Diam, sease de day!!"

Thank you "Oh Captain, my Captain"....

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Muralha

Somos puros, espontâneos, verdadeiros, destemidos, desmedidos... até ao primeiro grande desgosto de amor, até à primeira traição, até sentirmos aquela dor que quase nos esmaga o peito.
Depois de ultrapassada a dor, depois de saradas as feridas, o nosso principal desejo é que não nos voltem a inflingir tal sofrimento. Como não somos responsáveis pelas acções alheias, temos que ser nós a prevenir que tal aconteça. Fecha-se o coração, cria-se uma muralha à sua volta, rejeitam-se aproximações e manifestações de carinho (das quais existe sempre alguma desconfiança), ignoram-se sentimentos (ou pelo menos faz-se por isso). Refugiamo-nos no sexo carnal, para sentir a aproximação de outro corpo, tão necessária, sem que para isso tenhamos que sentir, ou de nos dedicar seja a quem for. Não deixar entrar para não temer o dia em que ele queira sair.
Sentimo-nos seguros porque vivemos de forma controlada, controlamos sentimentos, aproximações, desejos e vontades. Vivemos seguros até ao dia.....

“- Sou muito chato?
- Não, se fosses eu não estava aqui.
- Então mas até os chatos têm direito a que gostem deles!
- Verdade, sendo assim das duas uma, ou não és chato, ou eu gosto de ti...
- Tu gostas de mim.
- És um bocado convencido!
- Não sou não.
Num murmúrio....
- Pois não.
Beijou-a na testa e adormeceu.”

Tanto tempo que se investe para construir aquela muralha, tanto tempo que é necessário para sentirmos segurança dentro do nosso mundo controlado. Para que depois, assim de uma forma tão simples, as muralhas caem por terra e ficamos despidos de qualquer protecção. Vulneráveis de novo.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Saudade

Tenho saudade mas não consigo voltar.
Mais de metade da minha vida ligada a um lugar, lugar onde aprendi a viver, onde aprendi a ser gente, onde aprendi a sentir. Um lugar marcado pelas primeiras vezes: a primeira grande e dolorosa mudança; a primeira amiga para a vida; o primeiro beijo atrás do Pavilhão; a primeira saída à noite; as primeiras conquistas de independência; a “primeira vez”; o primeiro amor; a primeira traição; as primeiras desilusões; as primeiras grandes lições....
Anos em que cantei, dançei, convivi, aprendi, sonhei, chorei muito, sorri mais ainda. Anos passados na minha Figueira da Foz, obcecada pela sua beleza e pelo pequeno Mundo que lá criei, um Mundo onde fui incrivelmente feliz num momento, e miserável no seguinte, onde tudo era sentido com tanta intensidade, talvez devido à inexperiência da tenra idade.
Agora afastada desse meu Mundo que ficou lá atrás, tenho saudade, mas não consigo voltar.