terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Muralha

Somos puros, espontâneos, verdadeiros, destemidos, desmedidos... até ao primeiro grande desgosto de amor, até à primeira traição, até sentirmos aquela dor que quase nos esmaga o peito.
Depois de ultrapassada a dor, depois de saradas as feridas, o nosso principal desejo é que não nos voltem a inflingir tal sofrimento. Como não somos responsáveis pelas acções alheias, temos que ser nós a prevenir que tal aconteça. Fecha-se o coração, cria-se uma muralha à sua volta, rejeitam-se aproximações e manifestações de carinho (das quais existe sempre alguma desconfiança), ignoram-se sentimentos (ou pelo menos faz-se por isso). Refugiamo-nos no sexo carnal, para sentir a aproximação de outro corpo, tão necessária, sem que para isso tenhamos que sentir, ou de nos dedicar seja a quem for. Não deixar entrar para não temer o dia em que ele queira sair.
Sentimo-nos seguros porque vivemos de forma controlada, controlamos sentimentos, aproximações, desejos e vontades. Vivemos seguros até ao dia.....

“- Sou muito chato?
- Não, se fosses eu não estava aqui.
- Então mas até os chatos têm direito a que gostem deles!
- Verdade, sendo assim das duas uma, ou não és chato, ou eu gosto de ti...
- Tu gostas de mim.
- És um bocado convencido!
- Não sou não.
Num murmúrio....
- Pois não.
Beijou-a na testa e adormeceu.”

Tanto tempo que se investe para construir aquela muralha, tanto tempo que é necessário para sentirmos segurança dentro do nosso mundo controlado. Para que depois, assim de uma forma tão simples, as muralhas caem por terra e ficamos despidos de qualquer protecção. Vulneráveis de novo.

2 comentários:

Pedro Emanuel disse...

Tas in love bébé.... ai tas tas....



kkbb maluca

STARzinha disse...

Oi linda!!

Ja ha muito tempo que aqui nao vinha.. Mas tinha saudades de ler as tuas palavras doces e fortes, tao vulneraveis como surpreendentes, que por vezes em tao pouco nos dizem tanto..
Gostei deste post, tal como dos outros todos!! Mas neste sinto aquele teu brilhinho travesso, aquele teu sorriso adoravel. Ate a partir do frio de glasgow consigo ver esse teu arzinho de menina-mulher.

Beijinhos de saudades. Me espera que em marco vamos voltar para as nossas noites de danca!!