Somos puros, espontâneos, verdadeiros, destemidos, desmedidos... até ao primeiro grande desgosto de amor, até à primeira traição, até sentirmos aquela dor que quase nos esmaga o peito.
Depois de ultrapassada a dor, depois de saradas as feridas, o nosso principal desejo é que não nos voltem a inflingir tal sofrimento. Como não somos responsáveis pelas acções alheias, temos que ser nós a prevenir que tal aconteça. Fecha-se o coração, cria-se uma muralha à sua volta, rejeitam-se aproximações e manifestações de carinho (das quais existe sempre alguma desconfiança), ignoram-se sentimentos (ou pelo menos faz-se por isso). Refugiamo-nos no sexo carnal, para sentir a aproximação de outro corpo, tão necessária, sem que para isso tenhamos que sentir, ou de nos dedicar seja a quem for. Não deixar entrar para não temer o dia em que ele queira sair.
Sentimo-nos seguros porque vivemos de forma controlada, controlamos sentimentos, aproximações, desejos e vontades. Vivemos seguros até ao dia.....
“- Sou muito chato?
- Não, se fosses eu não estava aqui.
- Então mas até os chatos têm direito a que gostem deles!
- Verdade, sendo assim das duas uma, ou não és chato, ou eu gosto de ti...
- Tu gostas de mim.
- És um bocado convencido!
- Não sou não.
Num murmúrio....
- Pois não.
Beijou-a na testa e adormeceu.”
Depois de ultrapassada a dor, depois de saradas as feridas, o nosso principal desejo é que não nos voltem a inflingir tal sofrimento. Como não somos responsáveis pelas acções alheias, temos que ser nós a prevenir que tal aconteça. Fecha-se o coração, cria-se uma muralha à sua volta, rejeitam-se aproximações e manifestações de carinho (das quais existe sempre alguma desconfiança), ignoram-se sentimentos (ou pelo menos faz-se por isso). Refugiamo-nos no sexo carnal, para sentir a aproximação de outro corpo, tão necessária, sem que para isso tenhamos que sentir, ou de nos dedicar seja a quem for. Não deixar entrar para não temer o dia em que ele queira sair.
Sentimo-nos seguros porque vivemos de forma controlada, controlamos sentimentos, aproximações, desejos e vontades. Vivemos seguros até ao dia.....
“- Sou muito chato?
- Não, se fosses eu não estava aqui.
- Então mas até os chatos têm direito a que gostem deles!
- Verdade, sendo assim das duas uma, ou não és chato, ou eu gosto de ti...
- Tu gostas de mim.
- És um bocado convencido!
- Não sou não.
Num murmúrio....
- Pois não.
Beijou-a na testa e adormeceu.”
Tanto tempo que se investe para construir aquela muralha, tanto tempo que é necessário para sentirmos segurança dentro do nosso mundo controlado. Para que depois, assim de uma forma tão simples, as muralhas caem por terra e ficamos despidos de qualquer protecção. Vulneráveis de novo.