segunda-feira, 31 de maio de 2010

Hoje...

Apetece-me chorar mas não posso...
Não posso porque estou sentada na minha secretária a tentar fazer a única coisa que me move hoje em dia, o meu trabalho (trabalho esse de que nem quero falar).
Olho em frente, pela janela, e tudo o que vejo são árvores, pinheiros e eucaliptos... onde foram os prédios, as avenidas, os carros no transito, os aviões, o estádio de Alvalade, as pessoas que mais pareciam formigas a andar 7 andares abaixo?! Saudades do movimento, das pessoas, de toda a agitação que caracteriza Lisboa!

Apetece-me chorar mas não posso...
Não posso porque me recuso, recuso-me a deixar-me consumir pelo vazio que sinto. Passo o tempo a pensar que na realidade não tenho nenhum problema grave, que nunca me aconteceu algo de realmente mau, que não tenho razões para me sentir assim... Mas quando páro e olho à minha volta vejo que está tudo errado, não sonhei com nada disto, não desejei nada do que me está (ou na realidade não está) a acontecer no momento.

Tudo o que queria era sentir-me realizada, pelo menos em alguma coisa....

Apetece-me chorar mas não posso....
Sinto o aperto na garganta, engulo em seco e levanto-me, vou fazer aquilo que me move no meu dia a dia... Trabalho.

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